Ricardinho dá adeus às quadras, mas continua com projetos em Maringá

O medalhista olímpico e bicampeão mundial Ricardinho anunciou nesta quarta-feira (18), em Maringá (PR), que vai deixar as quadras aos 42 anos para se dedicar à família, ao seu projeto social, o Núcleo Vôlei Ricardinho (NVR) e ao Copel Telecom Maringá Vôlei, time que vai disputar a sexta temporada da Superliga Masculina da modalidade.

Ricardinho está na lista dos atletas mais vitoriosos da história da seleção brasileira de vôlei. Ele atuou como levantador até a temporada passada da Superliga pelo Maringá Vôlei, time do qual é presidente. Foram 24 anos como jogador profissional de voleibol. “Saio das quadras, mas continuo brigando pelo voleibol, com o Maringá Vôlei. Deixo espaço para os novos jogadores”, disse.

A atleta afirmou que a decisão de parar de jogar faz parte de um projeto que começou com a criação do Maringá Vôlei e do Núcleo Vôlei Ricardinho, projeto social que hoje atende cerca de 500 crianças e adolescentes de escolas públicas e particulares de Maringá. “Mesmo sendo uma decisão difícil, tudo tem um começo, meio e fim. Cumpri minha missão como jogador. O meu foco é o time e o projeto social, conseguir patrocinadores porque precisamos de apoio para as atividades possam prosseguir”, diz.

Ricardinho jogou na seleção brasileira entre 1997 e 2007 e voltou a vestir a camisa amarelinha em 2012. Teve passagens por dois clubes italianos, o Modena e o Treviso, e times brasileiros. Para ele, um dos momentos mais marcantes da carreira foi a conquista da medalha de ouro na Olimpíada de Atenas em 2004. “Acho que é o grande sonho de um atleta é participar de uma olimpíada. Foi um momento único na carreira”, recorda.

Durante entrevista coletiva, Ricardinho se emocionou ao lembrar da torcida do Copel Telecom Maringá Vôlei gritar seu nome no Ginásio Chico Neto, em Maringá. “Fico imaginando como vai ser isso agora. Vou me lembrar da torcida, da Superliga, seleção, muito momentos. Vou ter que estar bem tranquilo e respirar fundo no primeiro jogo da Superliga sem estar em quadra”, disse o atleta com lágrimas nos olhos.

História

Ricardo Bermudez Garcia nasceu em São Paulo e reside há 24 anos em Maringá. Ele começou no vôlei por acaso e se tornou o cérebro de uma das gerações da seleção brasileira mais vitoriosa da história.

Ricardinho teve que retirar um tumor da cabeça do fêmur quando tinha 8 anos. O médico aconselhou que dele praticasse esporte para acelerar a recuperação. O irmão mais velho o levou para o Banespa, extinto time da capital paulista, onde ele jogava. “Foi um momento de superação na minha vida. A operação foi bem complicada e comecei a pegar bolas nos treinos para fazer atividade física”, comentou.

Em 1997, ele chegou à seleção brasileira. Em 2003, Ricardinho assumiu a titularidade na equipe no lugar do lendário Maurício, levantador que ele acompanhou a carreira de perto. O atleta revolucionou a maneira de jogar, acelerando os levantamentos para confundir a marcação. As jogadas eram imprevisíveis. “A seleção tinha como titular o Maurício e para superá-lo não poderia esperar algo acontecer ou cair do céu. Tive que criar alternativas. Peguei um pouco da inversão do Maurício, que era extraordinária; a velocidade que os japoneses imprimiam; a precisão de segurar do cubano Raúl Diago; então fui tirando algo de melhor em várias vertentes para criar meu estilo e algo diferenciado.”

Principais títulos de Ricardinho na Seleção Brasileira de Vôlei

Olimpíada
Medalha de ouro em Atenas 2004
Medalha de prata em Londres 2012
Liga Mundial
Seis medalhas de ouro (2001, 2003, 2004, 2005, 2006 e 2007)
Campeonato Mundial
Duas medalhas de ouro (2002 e 2006)
Campeonato Sul-Americano
Campeão em 1998, 199 e 2001
Copa do Mundo
Campeão em 2003

Títulos individuais de Ricardinho

1992 – “All Star” do Campeonato Sul-Americano Infanto-Juvenil
1992 – Melhor levantador do Jeb´s
1993 – Melhor levantador do torneio de Natal da Bélgica
– Melhor levantador do Campeonato Sul-Americano Juvenil
1995 – Melhor levantador nos amistosos da seleção brasileira “B”
–  Melhor levantador no Men’s Junior World Volleyball Championship
2005: Melhor levantador da Copa América
2005: Melhor levantador da Copa dos Campeões
2007: Melhor jogador da Liga Mundial

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